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Poucos nomes na psicologia conseguem atravessar o tempo com tamanha atualidade quanto o de Rollo May. Nascido em 1909, em Ada, Ohio, ele não teve uma infância fácil: era o mais velho de seis irmãos em uma família desestruturada, com pais separados e responsabilidades pesadas desde cedo. Uma de suas irmãs vivia com esquizofrenia, e isso o fez experimentar de perto a dor, o desamparo e a complexidade da mente humana.
Ainda jovem, decidiu deixar o ambiente familiar e partir para a Grécia, onde mergulhou em filosofia e mitologia. Esse contato com a cultura clássica o marcaria profundamente, pois ali ele começou a se perguntar sobre o sentido da vida e o mistério do sofrimento humano. Ao retornar aos Estados Unidos, Rollo May estudou teologia em Nova Iorque e foi discípulo de Paul Tillich, um dos grandes nomes do existencialismo cristão. Mas a inquietação continuava: não bastava entender a fé ou os símbolos — ele queria compreender as doenças mentais, o suicídio, o medo, a ansiedade.
Sua busca o levou à psicologia clínica na Universidade de Columbia. E justamente quando avançava nos estudos, foi interrompido por uma tuberculose grave. Essa experiência de fragilidade física e proximidade com a morte o marcou profundamente. A doença não apenas o desafiou, mas também o direcionou ainda mais para sua missão: ajudar as pessoas a encontrar significado na vida, mesmo diante da dor.
Rollo May foi um dos grandes responsáveis por introduzir o existencialismo na psicologia, ao lado de Viktor Frankl. Ele nos convida a olhar a vida não como um roteiro pré-escrito, mas como um campo de escolhas, responsabilidade e liberdade.
Enquanto a psicanálise de Freud buscava as raízes do inconsciente em nossos impulsos e desejos reprimidos, May trouxe uma virada ousada: olhar para o ser humano como alguém capaz de criar, escolher, ressignificar e se reinventar. Para ele, a ansiedade não era apenas um sintoma a ser eliminado, mas um sinal vital de que estamos diante de algo novo que exige coragem.
Entre seus livros mais conhecidos, estão:
O Homem à Procura de Si Mesmo (1953) — um mergulho nas crises de identidade e na busca por autenticidade.
O Significado da Ansiedade (1950) — onde redefiniu a ansiedade como motor de crescimento.
Amor e Vontade (1969) — obra-prima sobre a força do amor e da vontade como fundamentos da existência.
A Coragem de Criar (1975) — em que nos lembra que viver é um ato criativo que nasce justamente do encontro entre limite e liberdade.
Suas palavras continuam ecoando porque não são apenas teorias: são convites à vida. Ele nos ensina que cada adversidade pode ser transformada em potência criativa, que cada medo pode se tornar uma oportunidade de coragem, e que cada ser humano é chamado a se tornar autor da própria história.
Em uma época marcada por ansiedade coletiva, pressões externas e medo de não sermos “suficientes”, Rollo May nos devolve a esperança de que ser humano é justamente viver essa travessia com autenticidade.
Ler suas obras é como sentar-se diante de um espelho profundo que nos mostra não apenas nossas fragilidades, mas também nossas possibilidades.
É entender que não há vida sem riscos, não há amor sem entrega, não há crescimento sem atravessar a ansiedade.
Rollo May nos lembra que a coragem não é ausência de medo, mas a decisão de viver apesar dele.
Apresentar Rollo May é, ao mesmo tempo, apresentar um caminho. Seus livros não são leituras rápidas — são companhias de jornada. São textos que pedem releitura, pausa, silêncio e coragem.
Se você deseja se aproximar de si mesmo, compreender suas próprias angústias e encontrar novas formas de viver com mais autenticidade, Rollo May é leitura obrigatória.
Porque, no fundo, como ele mesmo nos ensinou, a vida só encontra sentido quando nos dispomos a ser quem realmente somos.
Deseja aprofundar um pouco no que Rollo May fala sobre Ansiedade e Culpa? Assista o vídeo abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=ixwyQkdxYUo
Deseja aprofundar um pouco no que Rollo May fala sobre Cuidado, Amor e Vontade? Assista o vídeo abaixo:
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